Segundo monges, ex-padre cobrava entre R$ 100 e R$ 500 por rituais pela internet

O ex-padre João Marcos Porto Maciel, mais conhecido como dom Marcos de Santa Helena, que foi preso por suspeita de estupro de vulneráveis e administração de medicamentos sem prescrição médica, também está sendo investigado por outros crimes. Além de outro inquérito, por suspeita racismo, que já estava aberto antes da prisão, depois do depoimento de dois monges que moram no mosteiro da Ordem de Santa Cecília, em Caçapava do Sul, o religioso passou a ser investigado por estelionato e curandeirismo.

De acordo com o delegado Fabrício de Santis Conceição, que investiga o caso, os dois monges negaram qualquer crime praticado por dom Marcos. Mas revelaram que ele fazia atendimentos de parapsicologia à distância e recebia entre R$ 100 e R$ 500 pelo serviço.

Eles contaram tudo, muito naturalmente, sem ter consciência da ilicitude do fato. Segundo eles, dom Marcos cobrava por rezas que eram uma espécie de exorcismo do demônio. Um dos monges explicou que "era parapsicologia, um nome mais bonito para o padre que faz exorcismos" conta o delegado.

Conforme de Santis, essa prática ocorria com frequência e era uma das principais fontes de renda da Ordem de Santa Cecília, fundada por dom Marcos e ligada à Igreja Veterodoxa.

No dia da prisão, apreendemos R$ 6 mil, além de 400 dólares no local. Isso pode explicar a origem do dinheiro diz o delegado.

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Os monges foram ouvidos na terça-feira, após a prisão do ex-padre que foi excomungado da Igreja Católica em 2009 e expulso da Anglicana em 2011.

A pena para quem é condenado pelo crime de curandeirismo varia entre seis meses e dois anos de prisão.